ATENEU, O

Raul d’Ávila Pompeia é um dos maiores nomes da literatura brasileira. Nasceu em 1863 em Angra dos Reis, mas pouco depois mudou-se com a família para a corte, no Rio de Janeiro. Tinha 10 anos quando o pai o enviou para o afamado Colégio Abílio, um colégio interno onde passou a maior parte da adolescência. Aliás, terá sido nessa experiência que Raul Pompeia se inspirou para escrever O Ateneu, uma das obras de maior relevo da literatura brasileira do século XIX. Cursou Direito, mas nunca exerceu a profissão, em parte devido às perseguições políticas de que foi alvo. Foi, essencialmente, jornalista e cronista. Suicidou-se no dia de Natal de 1895 com um tiro no coração, após ter sido demitido da direcção da Biblioteca Nacional, desprezado e caluniado no meio político.
Há quem lhe chame uma crónica de saudades. Crónica ou não, O Ateneu, romance tido como autobiográfico, é a obra maior de Raul Pompeia e a mais importante realização ficcional do impressionismo brasileiro. Foi publicado em folhetins na Gazeta de Notícias e consta até que foi escrito em três meses, de Janeiro a Março de 1888.
Em O Ateneu, Sérgio, já adulto, faz uma viagem pela sua infância e regressa ao tempo em que era aluno interno no Colégio Ateneu. “Misturando alegrias e tristezas, decepções e entusiasmos, o narrador pacientemente reconstrói, por meio da memória, a adolescência vivida e perdida entre as paredes do famoso internato. Este livro é um rito de passagem, um diário do menino no ambiente fechado do colégio: as aulas, a sala de estudos, a diversão insólita dos banhos de piscina, as leituras, o recreio, o que acontecia nos dormitórios, no refeitório, as disputas.”