EMIGRANTES, OS

Os Emigrantes que, no princípio, parece simplesmente documentar a vida de quatro emigrantes ou exilados judeus do século XX, rapidamente se transforma, graças à magia e à precisão da prosa de Sebald, numa comovente e esmagadora evocação do exílio e da perda. Entre o documento, a investigação e a ficção, o narrador, duplo do escritor, faz sair da sombra personagens cuja vida foi abalada pelas dores da separação, da morte, das saudades do país Natal.
Os Emigrantes, magistral narrativa de peregrinações pelos quatro cantos da terra, é indubitavelmente o livro do tempo reencontrado.


Críticas de imprensa:

"Foi com este livro, Os Emigrantes, que o escritor alemão W. G. Sebald foi integrado na categoria dos grandes escritores contemporâneos [...] Sebald reúne quatro histórias autónomas [...]. Em cada uma delas traça-se o retrato e reconstitui-se a história de quatro homens que foram forçados a deixar a sua pátria e a viver a condição de exilados: um médico na reforma, de origem judaica, que nasceu na Lituânia e veio para Inglaterra com os pais, quando ainda era criança; um antigo professor do narrador, cuja mulher morre num campo nazi, e que teve de se exilar em França, no final dos anos 30, por ter sido interdito de continuar a ensinar; um tio-avô do narrador que emigrou para os Estados Unidos para fugir da crise entre as duas Grandes Guerras e sucumbe à loucura; e, finalmente, um pintor judeu de Munique, que o narrador conheceu em Manchester, e que faz da sua arte um trabalho obsessivo, mascado pela morte dos pais, que tinham sido deportados. Este tema - e motivo - recorrente da emigração (e, em termos mais gerais, da migração, da peregrinação) é o tema principal de toda a prosa narrativa de Sebald."
António Guerreiro, Expresso