DIARIO DA GUINE

É O DIA-A-DIA DA GUERRA NA GUINÉ, AMARGO, SOFRIDO, QUASE ASFIXIANTE E BRUTAL.

Os últimos anos das guerras de África, sobretudo na Guiné e em Moçambique ficaram marcados por um agudizar do conflito militar que se saldou por um rosário de sofrimentos para os soldados portugueses, também um longo calvário de amargura e morte para os guerrilheiros, para as populações africanas. Entre 1970 e 1974, atingiu-se o momento mais crítico de uma violenta guerra de guerrilha, o que de algum modo explica o «movimento dos capitães» nascido na Guiné, e o golpe militar de 25 de Abril de 1974 cujo objectivo era também pôr fim às guerras de África.

António Graça de Abreu, pequeno oficial num Comando Operacional entre Junho de 1972 e Abril de 1974, foi testemunha desse período conclusivo da luta na Guiné. Elaborou na altura uma espécie de «diário de guerra» que, junto com excertos de aerogramas enviados a familiares em Portugal, agora organizados, acompanhados de documentos da época e de fotografias, publicamos neste livro.

É um quotidiano, também carregado de ironia, onde transparece o aproveitar dos simples prazeres da vida, mesmo em situações de extrema violência e crueldade.

São textos exemplares sobre o que fomos e somos.